um saque, um assalto, uma roubalheira, um colossal gamanço


"Solidariedade" de quem para quem?
por Daniel Oliveira

350 milhões para o BPN. 500 milhões para a Madeira. A impunidade do gangue do BPN, dominado pela tralha cavaquista, e o desvario de inaugurações do senhor Jardim, para se manter eternamente no poder, são os principais responsáveis pelo famoso "desvio colossal". Não são os funcionários públicos ou os reformados. Não é o passe social, as creches ou o subsidio de desemprego. São desvios colossais como este que quem vive do seu trabalho continua a pagar.

Não, a "taxa adicional" para o escalão mais alto do IRS não é para ricos. Taxar o património acima de um valor muito razoável talvez fosse. Mas isso, claro está, seria irresponsável. É sobre a classe média alta, os profissionais liberais de topo e os quadros superiores que vai cair mais esta fatura. Ganham bem? Claro que sim. Mas os ricos são outros. E ficam de fora. Porque a riqueza não se taxa em sede de IRS.

Não, a "taxa adicional" não é de "solidariedade". Porque os pobres não escapam à rapina: no IVA, nos transportes, na eletrecidade, no gás, na saúde, na educação e nas prestações sociais. Este dinheiro vai servir, quanto muito, para pagar uma parte do BPN e das campanhas de Jardim.

Aquilo a que temos assistido é a um saque. Um saque a quem vive dos rendimentos do trabalho. Para pagar crimes, propaganda e desigualdade no tratamento fiscal. Isto, enquanto vemos antigos responsáveis da SLN a ser nomeados para o conselho de administração da CGD e comparamos a moderação com que o ministro das Finanças se refere à situação na Madeira com a violência que tem sido usada contra todos nós.

Que o governo tenha a suprema lata de chamar a tudo isto de "solidariedade" e de dizer que este dinheiro vai para ajudar a pagar apoios sociais que estão a ser devastados só nos pode agoniar. Mas já sabemos que este governo tem um dicionário muito seu.

Não sou abrangido por esta taxa e acho normal e aconselhável que quem recebe mais pague mais. O que acho anormal é que esta regra se aplique sempre aos trabalhadores, ganhem bem ou ganhem mal. O que acho anormal é que isto sirva para pagar abusos e crimes sem que nunca haja consequências para os abusadores e os criminosos.

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