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A mostrar mensagens de janeiro 25, 2015

descobre-se-lhe a careca

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PPC, o primeiro, o salvador, o regenerador, o disciplinador, o grande restaurador enfim, já disse alto e bom som: não alinharei com a Grécia em qualquer conferência que se venha a realizar para a reestruturação das dívidas. Isso é que era bom. Então logo agora, que isto estava a correr tão bem, que a pobreza aumenta mas os ricos enriquecem mais e é isso que importa, que o desemprego sobe mas faz de conta que desce, que estamos a conseguir vender o resto dos anéis, que o povo ainda empregado ganha cada vez menos, que somos uma pequena China na Europa, com mão-de-obra obediente e barata, logo agora é que havia de abrir mão de todas as conquistas, todas as vitórias, todas as glórias que me levarão mais alto e mais longe? Antes ficar careca!

carta aberta de alexis tsipras aos leitores do handelsblatt (escrita antes das eleições de domingo)

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Martin Godwin/ http://www.theguardian.com/ A maior parte de vós, caros leitores do Handelsblatt, terá já uma ideia preconcebida acerca do tema deste artigo, mesmo antes da leitura. Rogo que não cedais a preconceitos. O preconceito nunca foi bom conselheiro, principalmente durante períodos em que uma crise económica reforça estereótipos e gera fanatismo, nacionalismos e até violência. Em 2010, a Grécia deixou de conseguir pagar os juros da sua dívida. Infelizmente, as autoridades europeias decidiram fingir que o problema poderia ser ultrapassado através do maior empréstimo de sempre, sob condição de austeridade orçamental, que iria, com uma precisão matemática, diminuir drasticamente o rendimento nacional, que serve para pagar empréstimos novos e antigos. Um problema de insolvência foi tratado como se fosse um problema de falta de liquidez. Dito de outro modo, a Europa adoptou a táctica dos banqueiros com pior reputação, que não reconhecem maus empréstimos, preferindo con

os mentideros da lusa pátria

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Lusa/http://www.tvi24.iol.pt/ É irrevogável! Paulo Portas veio hoje, mesmo com gripe, afirmar que Ana Gomes é uma mentirosa compulsiva, que ele nada teve a ver com as falcatruas dos submarinos. Aliás, acrescento eu de minha lavra, juro-o pelas minhas quatro alminhas se preciso for, nem falcatrua houve: se há detidos na Alemanha e na Grécia por causa deste tipo de afundamentos, só pode ser porque tanto a Justiça grega, e sobretudo a alemã, funcionam pior, muito pior do que em Portugal, há por lá muitos juízes com nome de cantaroleiro pimba, tipo Karl Alexander ou Károlos Aléksandros. É irrevogável! Cavaco Silva nunca disse o que disse. Afirmou-o hoje com desusado ênfase: "É mentira! É mentira!", nunca por nunca ser incentivou os portugueses a acreditar no BES, a deixar ou a investir no BES o seu rico dinheirinho! E o vídeo abaixo comprova-o à saciedade: Cavaco Silva nunca falou do BES mas sim do Banco de Portugal que, esse sim, a culpa é do Carlos Costa que deve ter a

a grande reinação ou o novo conto para crianças

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Era uma vez um jovem que, de ambição desmedida, embicou que haveria de governar um pequeno país chamado Portugalândia. Se bem o pensou, pior o fez. Com o precioso auxílio da servil soldadesca, cujo flamejante fardamento laranja se avistava de impossíveis lonjuras, e contando com a cumplicidade ou cobardia de amanuenses, arautos, trovadores, cronistas, alquimistas, feiticeiros e bobos da corte, logrou sentar o augusto traseiro em tão almejado trono. Fervoroso discípulo do xerife de Nottingham, de seu nome Sir Anthony Saltunluck, o reinado do novo monarca todo absoluto foi marcado, desde a primeira hora, pela negação de todas as promessas que tinha feito, de todas as garantias que tinha dado. Apropriando-se dos bens dos seus súbditos, menos os dos mais ricos a quem acalentava e protegia, aumentou impostos, destruiu escolas e hospitais com a sanha de uma alma danada, espalhou a fome e a miséria onde tinha prometido semear prosperidade e alegria. Orgulhoso dos seus feitos, mar

vozes de angola e outros pasquins

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Gosto de jornais. Gostava de jornais. Até nos meus dias de ganapo tinha jornais para ler, fosse o Diário de Lisboa (como eu gostava de ler o Castrim!) ou o República, apetecíveis em tempos de ditadura. Contava os tostões, os poucos que tinha, para me dar a esse prazer (com a mania de andar pelas ruas a ler cheguei, uma vez, a partir a cabeça contra um candeeiro. O malandro tinha conluio com Salazar, era de certezinha absoluta adepto do obscurantismo). Quarenta anos depois de Abril, nesta depauperada democracia em que vegetamos e penamos sem culpa formada, já não há jornais, há jornalecos e há pasquins. Nos últimos anos, ainda me agarrei ao "i" como náufrago a tábua de salvação. Não pela imparcialidade da informação, igual à de todos os outros, mas pelo leque de colunistas que lia com prazer e com quem aprendia a perceber o mundo: Nuno Ramos de Almeida, Ana Sá Lopes, Fernando Dacosta, Tomás Vasques, Constança Cunha e Sá, Fernanda Mestrinho. De todos estes, e de outros que n

a arte do pisca-pisca

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O PASOK foi-se. A martelo. O PSOE está quase a ir-se. A punho. E o PS, pá? Aprenderá a lição e virará definitivamente à esquerda ou continuará cá e lá numa contradança a contraciclo? Ficará para trás, andará a reboque do neoliberalismo, perderá o andamento da História? Claro que Costa não quererá governar com Coelho. Mas ... e se for com Rui Rio, já faz alianças, mexendo aqui e ali, pouco, para que tudo fique na mesma? E com o CDS de Portas, por-lhe-á trancas ou dar-lhe-á o visto gold de entrada num qualquer ministério, nem que seja travestido de democrata-cristão? Os partidos da área socialista têm, por toda a Europa, virado à direita e pactuado com as políticas que nos têm levado ao descalabro. Um a um, vão reduzindo a sua influência e número de eleitores, numa erosão maior do que a dos partidos de direita, sustentados estes por ainda mais hipocrisia e capacidade de ludibriar. Só nós por cá, talvez porque "não somos a Grécia", continuamos a querer conferir ao PS a v

o apogeu do horror

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Auschwitz. Que nos fique na memória. Todas as fotografias recolhidas em: https://www.facebook.com/auschwitzmemorial?fref=photo

fantochadas

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Para um estrangeiro que assista a um debate da Assembleia da República, e só ouvir os deputados da maioria, há-de achar que acaba de aterrar no paraíso. Ele, o governo, eles, os governantes, trabalham em prol dos portugueses, conseguiram credibilizar o País, aumentar as exportações, melhorar a economia, garantir o futuro de todos nós, bla bla bla bla bla bla bla bla bla, junte muitos bla blas, os bla blas que quiser, a granel, em barda, por mais bla blas que acrescente eles nunca serão demais. Mas ... e depois? Que dirão os mesmíssimos figurões quando Passos cair e surgir outro que, mais por calculismo do que por convicção, venha diabolizar a austeridade e as tropelias de Coelho? Dirão o oposto do que dizem hoje? Que, tal como os generais nazis, apenas actuaram no cumprimento do dever? Por lealdade ao chefe? Por disciplina de voto? Por demência colectiva? Por alucinação passageira? Ou assumirão, com a sinceridade que lhes tem faltado, que não passam nem nunca passarão de meros

de bordel em bordel, um manancial de novas oportunidades

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O ministro da mota (onde isso já vai!) está a ultimar uma disposição legal que entrega a agências privadas certas responsabilidades do IEFP, como a de procurar trabalho para quem está desempregado. Como toda a gente sabe, e se não sabe devia saber pelos bastos exemplos que nos têm dado o BPN, o BES ou a PT, a iniciativa privada sabe gerir melhor do que o Estado.  Esta tem sido a orientação do governo que nos calhou na rifa: privatizar. A Saúde, o Ensino, a Segurança Social, a electricidade, os transportes, terrestres e aéreos, a água. Qualquer dia, até o governo é privado, prescindindo-se assim do voto do povo (e o caso grego veio alertar-nos para o perigo que, apesar da propaganda, apesar da informação rigorosamente condicionada, representam as eleições).  Privatize-se o governo. Faz-se um concurso, os privados apresentam preçários para o desempenho das funções de ministros e primeiro-ministro e lá vai disto, ganha o que apresentar preços mais baixos, elenco mais reduzido

antes que a TAP nos voe

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Os portugueses são gente pacata, eivada de brandos costumes. Não resfolega, não se manifesta, não protesta. Para quê? Eles são todos iguais, da direita à esquerda o que querem é tacho, não é assim? Vamos a um exemplo da nossa sonolência: a manifestação da plataforma NÃO TAP OS OLHOS recebeu, até agora, apenas 2.000 adesões no Facebook. O esbulho do património pátrio, o enfraquecimento da economia portuguesa, são coisa que, pelos vistos, não preocupa os portugueses. E o amigo? E a amiga? Vai alinhar? Nesse caso, adira aqui - https://www.facebook.com/events/316940438501047/ - e apareça por lá, pelo aeroporto, sábado a partir das 15 horas.  Venha daí. Antes que vejamos a TAP a voar!

bruno nogueira e a grécia

Somos todos gregos por leituras

merkel está zangada, muito zangada

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Merkel deve estar a passar-se, destrambelhada dos nervos. Qualquer dia dá-lhe o badagaio, o trangomango, o traque-mestre. Ela, a Grande Patrona da Europa, matrona do capital foleiro, dos mercados, dos especuladores, dos holdings financeiros, da banca depauperada por mil e uma fraudes, andou a amparar os gregos, esses chulos da Grande Pátria Alemã, para agora aparecer um tal Tsipras a escangalhar-lhe o arranjinho, agora que os gregos estavam quase a chegar ao fim do poço, a mergulhar de vez nos infernos da miséria absoluta.  Então não é que o fedúncio, mal se assenhoreou do governo por decisão desse estúpido povo criador da democracia, coisa que Merkel despreza com todas as suas enxúndias apesar de encher a boca com ela, deu em esbanjar electricidade gratuita por 300.000 famílias que, por mor da crise, regressaram aos anos 40 e aos candeeiros a petróleo? E quem paga, perguntarão os Camilos, os José Gomes, os Pedros e os Paulos, os Medinas e os Marcelos deste triste estaminé tão

coelhito já te tenho dito que não é bonito ...

ANTES: DEPOIS:

o fado das comendadeiras

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Mais uma vez se comprova que Anibal Cavaco Silva não está, nem pouco mais ou menos, à altura do cargo que desempenha. Numa homenagem ao Fado, o presidente está neste momento a condecorar vários artistas com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Pensar-se-ia, logicamente, que uma das primeiras pessoas a serem agraciadas seria Carlos do Carmo, que tanto batalhou pela elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade e que, no ano passado, foi o primeiro artista português a ser contemplado com o Grammy Latino. Mas Cavaco não perdoa, Cavaco remói, Cavaco vinga-se. Num acto de plena demonstração da sua pouca grandeza, os felizes contemplados com o título de Comendador e de Comendadeira são Ana Moura, Carminho, Ricardo Ribeiro, Mário Pacheco e, claro, a sua apoiante desde a primeira hora, Katia Guerreiro. Nem Mariza, sem sombra de dúvida um dos nossos maiores valores fadistas da actualidade, teve honras de pisar Belém ao fim da tarde. Que triste fado o nosso, estarmos a suportar

a foto do dia, do mês, do ano!

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as grandes reportagens desse grande jornalista José Rodrigues dos Santos

Totalmente de acordo!

querido, o caldo entornou-se!

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Que horror, o povo grego deu a maioria ao Syriza, votou na extrema-esquerda imberbe e radical, mandou às urtigas a democracia de tipo ocidental et cetera e tal. Agora é que vão ser elas, a Merkel e o Junckers vão fechar-lhes a torneira do dinheiro, vão corrê-los do euro, da comunidade europeia, os gregos vão passar fominha de rabo seco que é para não se armarem em espertos, pobre que é pobre beija as mãos de quem lhe garante a sobrevivência, lhe mitiga a indigência, pobre que é pobre prostra-se diante dos ricos, subserviente e agradecido, sem manias patrióticas, sem esses luxos da dignidade e da independência, que horror! O que vale é que a coisa não vai durar muito, aquilo no Syriza é um saco de gatos onde ninguém se entende, todos querem poleiro, vão sofrer dissidências graves e a aventura esquerdista, que horror!, não vai aguentar-se mais do que uns três ou quatro meses, os mercados vão fazer-lhes a cama, vocês vão ver, e além disso não têm gente capaz de governar. Alexis Tsipras