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A mostrar mensagens de janeiro 12, 2014

história de um homem como nós

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Por Baptista-Bastos http://www.jornaldenegocios.pt/ Álvaro Monte era uma montanha de homem, de alegria esfuziante, de ironia cáustica e de uma solidariedade exacta nascida de uma infância paupérrima. Conheci-o nos anos da brasa, apresentado por Manuel da Fonseca, seu conterrâneo, na cervejaria Solmar. O dia estava embatente de sol e de calor, o que não impedia o Álvaro de ir para uma manifestação, do Rossio a Belém. Ele tinha pouco mais de 20 anos, possuía a moral proletária do trabalho, era um metalomecânico aplicado e gostava, por igual, de Jesus e de Lenine. O Manuel da Fonseca apreciava muito conversá-lo, entre umas e outras de canecas de cerveja, e nunca ouvi, como da boca deste alentejano sorridente, histórias de alentejanos como ele as contava. Pertencia a um coro de cante, organizado em Algés por alentejanos desenraizados, era grande leitor, sobretudo de escritores neo-realistas, afável e prestável, mas quando se zangava a ira transformava-o, e a imponência da e

ménage à deux

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As promessas eleitorais de François Hollande foram parar ao mesmo sítio das de Coelho, a um qualquer monturo onde apodrecem entre vitualhas em decomposição e um insuportável fedor a falcatrua. Hollande claudicou de vez perante Merkel e os seus louros encantos. Afinal de contas deu o dito por não dito, vai apostar na austeridade, vai apostar no roubo, agora já não tem ideologia, deixou de ser socialista, é, disse-o ele com a retumbância, a veemência, a estridência de um bufão da corte, um ... tcham! tcham! tcham! tcham! ... PATRIOTA. Pateta mas patriota. Batoteiro mas patriota. Medroso mas patriota. Merdoso mas patriota. Filho de mãe sem cama certa, e quem sai aos seus não degenera, mas filho da pátria também. É isto o que nos espera com José Seguro. Mais do mesmo. Com a agravante de, ao contrário de Coelho, ir botar uma pinguita lacrimosa pelo canto do olho de cada vez que nos for ao bolso, imitando assim na perfeição o "menino da lágrima" de cujo semblante choroso

a carreira de um génio

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Em boa companhia, com Santana Lopes, Mota Amaral, Dias Loureiro  e Miguel Relvas. Fotografia de Daniel Rocha. Para além do seu novel cargo na Goldman Sachs, o banco do bando que abandalha o mundo e onde serviu de "mediador" em negócios com o Estado português sob a alçada de Pedro Passos Coelho, José Luís Arnault continuará a exercer advocacia no seu escritório ligado à grande finança e manterá todos os seus cargos actuais, entre eles os de membro do Conselho de Administração da REN e do Conselho Consultivo da seguradora norte-americana AON, de presidente da Assembleia Geral da Ana, da Federação Portuguesa de Futebol e da Comissão Nacional da Auditoria Financeira do PSD. É ainda Mandatário Europeu de Marcas junto do Instituto de Harmonização do Mercado Interno da União Europeia, Agente Oficial da Propriedade Industrial junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, membro da AIPLA - American Intellectual Property Law Association, da ASIPI – Asociación Interameric

a exibicionista

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http://henricartoon.blogs.sapo.pt/

um duo improvável

String e Robert Downey Jr.

que povo é este, que povo?

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Uma investigação do sociólogo Lourenço Xavier de Carvalho demonstra que, quanto mais escolarizado e abonado é o português, maior o seu desprezo por valores como a justiça, a honra ou a solidariedade. Quanto aos demais, acrescento eu de minha lavra, na sua larga maioria sofrem calados, sem qualquer participação cívica, sem qualquer acto de protesto a não ser o inócuo desabafo ou insulto à mesa do café contra os governantes actuais ou contra Sócrates, o culpado de todos os nossos males, como lhes fizeram acreditar. Pior ainda, temos a memória curta. Daqui a uns tempos, depois de umas migalhas atiradas, com estratégia e velhacaria, à cara dos portugueses, todos se esquecerão que esses "benfeitores" são os mesmos que os empobreceram metódica e friamente durante anos a fio. E mesmo que, num assomo de lucidez difícil de acreditar, os portugueses elegessem finalmente um governo que zelasse pelos seus interesses, a chantagem dos "mercados", a imediata subida de

vida privada louvada em público

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le bon vivant

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Ao contrário dos americanos e da sua hipocrisia, estou-me nas tintas se François Hollande tem uma amante, ou duas ou três. Se é adepto do ménage à trois ou de 69 posições do Kama Sutra. O poder, já se sabe, tem um perfume inebriante que exerce irresistível atracção e Hollande, sendo fogoso e não formoso, aproveita. É lá com ele. O que me escandaliza, e muito, é o Hollande político, não é o Hollande homem. Como político tem-se revelado de assombrosa mediocridade e não menor falsidade. Como homem, vá lá, revela bom gosto. Preferia o contrário. Preferia-o amarrado a um estafermo e a governar contra outro estafermo, a Frau a norte.

quer queiram, quer não, o mundo move-se

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A  imprensa gasta o tempo dos telejornais e as páginas dos jornais com crimes de faca e alguidar, com intrigas palacianas, com as inaugurações, congressos, seminários e conferências onde quer que vá discursar um dos políticos empoleirados. Não têm tempo, nem convém, dizer e mostrar que o mundo está em convulsão, que, para além das guerras e genocídios, seja no Médio Oriente ou em África, para além do matricídio em Funcheira de Cima ou do parricídio em Espiçandeira de Baixo, há povos que se agitam, que não se conformam, que gritam pelas ruas a sua revolta. Na Alemanha, soube-o hoje, tem havido graves refregas em Hamburgo entre a polícia e manifestantes. A recomendação, à comunicação social, foi a de, tanto quanto possível, apagar o acontecimento dos noticiários. Porque os governantes europeus, com Merkel à cabeça, são a favor do aborto. O que corte, cerce, o mínimo sinal de rebelião. 6 de Janeiro - Amiens, França 6 de Janeiro - Livorno, Itália 7 de Janeiro - Hamburgo, A

os aproveitamentos e as sobras

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Bingo! E lá vieram os governantes, em fila, apregoar loas a Ronaldo, como seria de esperar. A popularidade tanto se ganha com promessas de manás caídos do céu, o milagre económico anunciado lá para 2015, ano de eleições, como com a colagem a mortes ou glórias de futebolistas. E, mais uma vez, a comunicação social ajuda à festa e cai no ridículo. Todos temos um bocadinho de Cristiano Ronaldo dentro de nós, sabiam? Todos nós, tal como Ronaldo, somos perseverantes e fazemos sacrifícios por uma causa maior, estão cientes disso? Só que Ronaldo está cada vez mais rico e, a nós, restam-nos as sobras. Só que Ronaldo é acarinhado e, nós, desprezados. Só que Ronaldo é compensado com a bola de ouro e milhões na conta bancária e, nós, com uma bota cardada nas nalgas escanzeladas e sucessivas extorsões. Desde o tempo do Botas que assim tem sido. Por que carga d'água é que havia de mudar agora?

o congresso do eu

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Por Baptista-Bastos http://www.dn.pt De repente tive a singular sensação de que estava num subúrbio de Pyongyang. O terreno, um pouco desolado, dava poiso a um imenso pavilhão, de onde saíam vozes, aplausos e gritos estridentes. No interior, o espaço estava organizado em função do que se pretendia ser magno acontecimento. Um palco dividido em patamares; em cada patamar sentava-se a importância de cada um e dos grupos de cada um; em baixo, os prosélitos. Tal como nas reuniões do Comité Central do Partido Comunista da Coreia do Norte. E, tal como Kim Jong-Un, o chefe distribuíra, a seu bel-prazer, os cargos e as funções, consoante as simpatias e as intimidades. Um dos escolhidos abraçou-o com grata emoção e indizível ternura. Foi um instante tão comovente que o chefe não ocultou uma furtiva lágrima e um estremecimento de amorosa simpatia. Paulo Portas, tal Kim Jong-Un, passeou o olhar soberbo e altaneiro pelos circunstantes, tratou, com displicente desdém, Filipe Anacoreta C

a solução final

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As empresas fracas devem falir e dar lugar a outras, mais empreendedoras, mais inovadoras, mais tenazes na busca do lucro. O mundo do trabalho deve ser dos mais ambiciosos, dos que não olham a meios para subir na vida. Há que separar o trigo do joio, distinguir os fracos dos fortes, deitar fora os velhos, os doentes, os desempregados que nada produzem, que vivem do erário público, da chulice, da divina providência em que o Estado se transformou. É este, e só este, o pensamento, a crença, a bíblia que rege todas as acções dos homens de negro que nos governam. O mundo é dos capazes. O mundo é dos audazes. Dos insaciáveis e dos menos escrupulosos. Os que assim não agirem devem ser excluídos, esmagados, triturados pela máquina brutal do fisco, do confisco, do desemprego, se do suicídio tanto melhor. Palavras como solidariedade, equidade, justiça social, humanismo, igualdade de oportunidades, não fazem parte do vocabulário desta gente. O sofrimento alheio em nada lhes diz respeito. N

ladrão que rouba a ladrão merece-me consideração

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Eles não comem só Leitões. Eles comem Silvas, Mendonças, Cardosos, Carvalhos, Oliveiras, Santos, Simões, Teixeiras, comem todos os portugueses com algumas excepções. Os porcos, por exemplo, têm escapado ilesos e anafados. Imagem surripiada a Sérgio Lavos através do: http://arrastao.org/

parabéns, cristiano ronaldo!

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http://sicnoticias.sapo.pt Ronaldo acaba de ganhar a Bola de Ouro. Gostei da sua emotividade, gostei que referisse no seu discurso de agradecimento Eusébio e, sobretudo, Nelson Mandela, mostrando que não é o ser frívolo que muitos pensavam.  Não vou gostar, contudo, do aproveitamento que os políticos no poleiro vão fazer desta vitória, como o fizeram com a morte de Eusébio. Mas é o que vai acontecer. Nem todos podem ser grandes.

portugal arruinado

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Conhece o blogue Ruin'Arte? Se a resposta é negativa, corra a clicar no link abaixo. A incúria dos mandantes e mandatados deste país espelhada nas obras belíssimas da nossa arquitectura que vão decaindo em ruína. As outras, as que sossobraram ao camartelo e à voracidade do "nacional-patobravismo", já cá não estão para nos envergonhar. http://ruinarte.blogspot.pt/

uma voz clara contra os embustes

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Por Baptista-Bastos http://www.jornaldenegocios.pt Há quem diga por aí que a troika vai embora dentro de pouco tempo, parece que em Maio. Claro que a afirmação não passa de uma tosca fraude política. A tutela económico-financeira faz parte do todo ideológico com que a Direita europeia (leia-se Alemanha) tende a estender os seus tentáculos. Vai embora, estando, através dos meios, dos mecanismos e dos sicários que vão mantendo a situação. Aliás, o próprio primeiro-ministro já advertiu que as "dificuldades vão continuar" e que a austeridade é um processo longo. As "incongruências problemáticas", a frase imortal do jurista Pedro Lomba, constituem uma endemia nascida dessa incompatibilidade total entre o espírito de missão e o aventureirismo político, de que o próprio jurista Lomba é exemplo liminar. A recente "remodelação" governamental, além de ser uma farsa chilra, é a continuação do jardim-de-infância em que o poder se foi transformando. A manifest