em tempos de escravidão

Passos Coelho diz que os custos do trabalho, em Portugal, estão ainda demasiado altos. Vejamos: os portugueses pagam mais IRS; muitos, em especial os funcionários públicos, viram os seus ordenados reduzidos; os restantes, a maior parte, não vê um aumento do seu salário há anos, nem mesmo para acompanhar a inflação. Os jovens recém-licenciados, se querem trabalhar, ou emigram ou aceitam salários de 600 ou 700 euros. Os trabalhadores precários pagam impostos altíssimos, ganham mal e não sabem que futuro planear, podem ficar sem emprego de um dia para o outro. Cortaram-se feriados. Aumentou-se o horário de trabalho. Liberalizaram-se os despedimentos para que outros venham receber metade no desempenho das mesmas funções dos que saem. Os desempregados recebem um subsídio de miséria, são tratados como párias - quase meliantes - e mandados para cursos de formação de valor nulo ou trabalhar em repartições com paga vergonhosa.

Mas não chega. Esta contra-revolução, perpetrada perante todos nós e com o nosso beneplácito, não é suficiente. Passos Coelho não está satisfeito. Quer mais. Quer-nos a pão e água. Piegas e madraços, é o que merecemos.

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