uma cloaca de boas almas

Pobre golfista teso!
Não sou economista, administro o meu orçamento familiar e isso basta-me, já me dá água pela barba que não tenho. Mas não sendo economista e de contas entender o trivial parece-me lógico que, ao agravar de forma tão irracional as condições dos portugueses, se está a restringir o consumo interno de tal maneira que tanto o comércio como a indústria se vão ver em palpos de aranha para escoar os seus produtos, com o consequente encerramento de lojas, empresas e fábricas um pouco por todo o país, acelerando os despedimentos e a recessão. Mas, tudo leva a crer, o turismo parece ser a única indústria a merecer protecção e preocupação, os estrangeiros e portugueses de mais posses não podem suportar o agravamento do IVA de 6 para 23%, argumento a que o governo, esse caneiro de santas almas, se mostrou tão sensível como uma donzela casta, ao ponto de dar o dito por não dito vindo agora desagravar o imposto para os praticantes de golfe, pouquíssimo tempo depois de ter implementado tal aumento. Tem toda a lógica. Ouve meia dúzia de empresários do turismo "preocupadíssimos" com a sua situação e, mais, com as consequências que tal medida poderia causar à economia do país. Não ouve, nem disso fala, nem disso quer saber, as 300.000 pessoas que, no sábado passado, se manifestaram com indignação e veemência contra os crimes, neste momento já não é exagero afirmá-lo, à sua felicidade, ao seu bem-estar, ao seu direito ao trabalho e a uma vida decente. Tem lógica. Toda. Da batata. À batatada isto vai lá!

Nota: escrevo à hora em que Sócrates é entrevistado na SIC. Desisti de lhe ouvir mentiras e desculpas de mau pagador, no seu jeito de mau compère de teatro de revista.

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