movimento "já basta!" pela demissão imediata do governo



Não queremos mais este governo em agonia lenta. Não queremos mais partidos a ganhar eleições e a distribuir cargos por correlegionários, mas sim pelos mais aptos para os lugares. Não queremos a criação de empresas públicas fantoche. Não queremos gastos perdulários feitos por quem tem o dever de nos servir, a nós e ao País. Não queremos mais fugas ao fisco pelos que mais ganham (não seria por eles, aliás, que se deveriam começar a tomar medidas, morais e sensatas, de combate à evasão fiscal e, consequentemente, ao défice?). Não queremos mais salários principescos, bónus milionários, reformas chorudas, enquanto nos exigem a nós que trabalhemos mais anos, enquanto concedem, à laia de dádiva, pensões de miséria em paga do suor de toda uma vida. Não queremos mais corrupção sem castigo, mais prostituição e lenocídio económico e político sem penalização, mais tráfico de influências sem punição, mais gamanço desavergonhado aos que menos têm, porque é mais fácil, porque esses comem e calam, porque não afecta nem amigalhaços nem capangas nem apoderados nem os lambe-cus que vegetam à sombra do poder e com as sobras do poder. Não queremos mais contratos ruinosos com entidades privadas nacionais ou estrangeiras, assinados sabe-se lá, ou até se sabe, com que interesses obscuros. Não queremos nem auto-estradas, nem aeroportos, nem pontes, nem centros culturais, nem outras obras de fachada, nem submarinos, nem aviões de combate, nem tanques, nem armas, se não precisarmos deles ou, pelo menos, sempre que persistirem outras prioridades a ter em conta, como a saúde, a habitação, a educação, o investimento urgente, inadiável, na qualificação dos portugueses, para que os patrões deixem de ser trolhas endinheirados, como o são em tantos casos, sem iniciativa, sem audácia, sem espírito empreendedor, e os empregados deixem de ser paus para toda a obra, carne para canhão, paus mandados, criados para todo o serviço, pagadores submissos de impostos, sustentáculos involuntários de filhos pródigos, filhos bastardos de uma nação madrasta.

Queremos gestores da coisa e da causa pública nos cargos cimeiros de todos os sectores do Estado, do governo às empresas públicas. Queremos políticos sérios, incorruptíveis, avessos ao compadrio, à cunha, à pancadinha nas costas, aos favores em troca de favores. Queremos que tomem decisões que a todos beneficiem, sem receio de serem apodados de traidores, de serem acusados de alinharem em políticas contrárias à linha ideológica ou programática dos seus partidos (Qual programa? Que ideologia? Quantos e quantas não foram metidos na gaveta, rasgados, menosprezados ao sabor das conveniências ou da pusilanimidade ou da subserviência a lobbies e grupos económicos?). Políticos que defendam o que é de todos, que impulsionem o progresso e a modernização do País. Sem obras públicas mastodônticas se delas não tivermos necessidade imediata, investindo-se antes na indústria, na agricultura, nas pescas, na formação, estancando-se, enquanto é tempo, a fuga para o estrangeiro de quadros especializados, de jovens licenciados, de cientistas, do nosso escol, por falta de oportunidades e porque nenhum sinal de esperança e de optimismo se avista no horizonte.

Portugal tem que mudar. Ou muda ou afunda. E nós com ele. A não ser que nos agarremos ao bote de salvação que temos mais à mão. Partir.

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