o exemplo que vem de frança

Será que esta atitude vai ser seguida pelas grandes fortunas portuguesas? É esperar para ver. Sentados, de preferência.


Milionários “conscientes” de que “beneficiam” da conjuntura
Super-ricos franceses querem pagar mais impostos
Por Reuters, Daniel Almeida

O Governo já anunciou um imposto especial sobre quem aufere acima de um milhão de euros (Francois Mori/Reuters)

Milionários franceses, detentores das dezasseis maiores fortunas do país, instaram esta terça-feira o Governo a aplicar uma taxa especial sobre os rendimentos dos mais ricos para ajudar a debelar os problemas financeiros do país. A proposta de Warren Buffet continua assim a ganhar o apoio dos seus pares.

Com a zona euro a braços com a crise da dívida soberana, algumas das propostas para a resolução da crise têm partido dos sectores mais improváveis. Depois de, na semana passada, Warren E. Buffet, bilionário norte-americano, ter defendido que os “super-ricos” deviam pagar mais impostos, a proposta começa a extravasar fronteiras, e já chegou à segunda maior economia europeia.

Numa petição publicada no site da revista de informação Le Nouvel Observateur, citada pela agência Reuters, membros das 16 maiores fortunas do país, incluindo a herdeira da L’Oreal e o director da petrolífera Total, pedem a criação de uma “contribuição especial” sobre os rendimentos mais elevados, sem afectar o cash flow das respectivas empresas.

“Estamos conscientes de que beneficiamos do sistema francês e do ambiente europeu a que estamos ligados, os quais esperamos poder ajudar a preservar”, dizem os signatários do documento, que incluem ainda os directores executivos da agência de publicidade Publicis, os homólogos do banco Société Générale e o presidente da companhia Air France, entre outros.

“Num momento em que o défice das finanças públicas e as perspectivas de agravamento da dívida do Estado ameaçam o futuro da França e da Europa, e em que o Governo pede a todos um esforço de solidariedade, consideramos necessário o nosso contributo”, acrescentam.

Este mês, Valérie Pécresse, ministra do Orçamento de França, afirmou que o Executivo está a trabalhar num novo imposto sobre os indivíduos cujo rendimento anual seja superior a um milhão de euros. Com o fim de algumas isenções ficais, o Governo francês espera arrecadar entre cinco mil milhões e dez mil milhões de euros para o Orçamento de 2012, segundo a Reuters.

Na sequência dos receios de que, à semelhança dos Estados Unidos, a França possa perder a nota triplo-A da sua dívida soberana, o Presidente Nicholas Sarkozy, que prepara a reeleição em Abril do próximo ano, pretende reduzir o défice público para 5,7 por cento do PIB este ano, baixando-o para 4,6 por cento em 2012, de acordo com a mesma agência. As medidas para a redução do défice serão apresentadas amanhã.

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