um cabaret em belém


Texto e imagem: http://wehavekaosinthegarden.wordpress.com/

O Presidente Cavaco Silva destacou o erro de Portugal ter investido excessivamente na produção de bens não-transaccionáveis. Segundo ele, os portugueses beneficiaram do euro e tiveram “uma vida fácil”.

Tem toda a razão, mas um dos principais responsáveis pela destruição da agricultura, pescas e indústria foi ele próprio assim como na aposta nos tais bem não-transaccionáveis, para não falar no sistema financeiro submisso aos interesses dos mercados. Foi a era dos amigos, dos novos bancos e dos Dias Loureiros, Oliveiras e Costas e Duartes Limas. E, realmente, para alguns o euro foi uma mina de ouro, fizeram-se muitas fortunas, e houve quem tenha tido a tal vida fácil. O Sr. Silva só se esquece que nem todos tinham dinheiro e ”conselheiros” para poderem comprar e vender acções do BPN, não puderam comprar uma Casa na Coelha, nem têm amigos com propriedades em Cabo-Verde e contas em off-shore. Esquece-se que já então os salários dos portugueses eram dos mais baixos da Europa, havia pensões de miséria e a fome e a pobreza de uns já coexistia com a abastança e ostentação de outros. Nem para todos a vida era um cabaret.

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