mãe, vou ser deputado

Por Luís M. Jorge

Eis um país ditoso, o que agora dispensa o Estado Social. Milhões de portugueses desdenham a educação pública, a saúde gratuita ou a ajuda na pobreza. Não há cabeleireira em Fanhões ou porteiro em Alpiarça que não confie nas mais-valias de uma capitalização bolsista para enfrentar os imprevistos. Os nossos bancos incham com as poupanças de aforradores cordatos que suportarão um dia longos internamentos em hospitais privados se a apólice da Médis, desafortunadamente, ignorar aquela moléstia incurável. E o que é o desemprego senão preguiça, pieguice, vadiagem? Devemos subsidiar o ócio, quando a nação suplica por quem trabalhe?

Não, não, não. Em vez de direitos adquiridos, ambicionamos o emproendodorismo e a flexubililidade labural. Somos adeptos de soluções novas e, mais ainda, de novas soluções. É como uma revolução, mamã. Mas assim, pá, fixe e tranquila, tás a ver.

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