MUITÓ BRIGADA

Uns gatunos, não sei quantos mas aposto que foram três, troika ou tríade tanto se me dá como se me deu, assaltaram-me a casa. Depois de levarem tudo o que puderam, tiveram a gentileza de me deixar uma nota de agradecimento, escrita num acordo ortográfico lá muito deles: MUITÓ BRIGADA (sim, no feminino, mas os larápios, machos como poucos, não estão a querer mudar de sexo).

E assim me libertei de alguns tarecos e trastes que tinha lá por casa, emprego, economias, coisa pouca. Foi o meu novo 1º de Dezembro, o meu segundo 25 de Abril, o meu grito de Ipiranga.

Homessa!, não têm nada que agradecer. Eu é que, reconhecido, deposito em vós, no dia 25 de Maio na Cova da Iria ou noutro lugar qualquer, o meu voto de confiança e gratidão. Bem-hajam. Estamos no bom caminho. A minha casa ficou outra, mais depurada, mais clean, mais despojada, com a singular beleza das coisas simples.

Uma casa portuguesa, com certeza.

Venham cá outra vez. Esqueceram-se de levar os trocos da avó Quitéria. Estão na lata do veneno para ratazanas, guardado por trás da pia por onde escoamos a merda da vida.

Depois de três anos de prisão e em liberdade condicional, provem do que são capazes: que se sabem governar.

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