é triste, é muito triste


Considero uma das jogadas mais infames dos últimos anos este movimento que pretende acusar, crucificar, se possível até degolar Sócrates para disfarçar os crimes de Passos, e muita, muita gente está a cair na esparrela. 

Eu não sou, nunca fui defensor de Sócrates, fui-lhe crítico até à violência verbal. Mas, cuidado, não vou em cantigas, não alinho na "ideia" que Passos soube deixar no ar no seu discurso do estado de emergência e que a sua máquina de propaganda, ao que se vê eficiente, conseguiu agigantar até se tornar num movimento quase tão grande e tão imparável como o dos indignados, ou seja, virando a indignação para outros lados numa genial manobra de diversão.

Muito bem feito, sim senhor. Tenho que lhes tirar o chapéu, embora o método em si me dê vómitos. E mais adianto em poucas palavras: 

1) a crise é mundial 
2) a crise foi provocada pela banca em jogatanas financeiras de alto risco, o chamado capitalismo de casino
3) a crise está a ser prolongada pelo egoísmo dos super-ricos 
4) a crise está a ser aproveitada pelos neo-liberais-fascistas (há que não ter medo das palavras) para destruírem o estado social em toda a Europa, ou seja, para mandar às urtigas as grandes conquistas populares dos últimos 100 anos e fazer um recuo civilizacional até ao século XIX
5) a somar a tudo isto, Portugal está duplamente em crise pela má governação não só de Sócrates, mas de todos os governantes das últimas décadas, a que Passos Coelho vem dar o golpe de misericórdia tomando medidas de extrema gravidade que acabarão por destruir o que resta da nossa economia.

E a maior parte das pessoas que mais vão sofrer com isto: 

1) ou se calam e resignam
2) ou defendem Passos e os seus apaniguados com unhas e dentes. 

Triste. É mesmo muito triste. Mas ficarão com as unhas, dentes e dedos. Já o mesmo não posso dizer dos anéis.

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