nunca a imprensa desceu tão baixo
Sintonize qualquer canal dos nossos, a qualquer hora, em qualquer telejornal. Ou abra qualquer jornal ao acaso. Seja qual for o dado económico, a estatisticazinha enviesada, o dito por não dito de um desditoso filho da Pátria, e aí estão eles, os jornalistas engajados, os escrevinhadores domados, a dar-nos conta de que tudo está bem, que o governo vai no bom caminho e nós no descaminho com eles. Que o desemprego em Portugal continue a ser o mais alto de sempre, isso agora não interessa nada. Que a maior parte dos desempregados assim vá ficar até ao fim dos seus dias, é coisa de somenos. Que os idosos estejam entre a vida roubada e a morte lenta, pouco importa. Que os portugueses tenham sido, metódica e cruelmente, espoliados ao longo dos últimos anos, é matéria que não é para aqui chamada.
Até Sócrates volta a ser o bombo do Mamede em festa. Assim como quem não quer a coisa, pela calada que é como esta gente morde melhor, Olli Rehn veio dar uma mãozinha aos senhores do burgo portucalente culpando Sócrates de, tão tardiamente, ter sido forçado a baixar as calcinhas e a pedir "ajuda" externa, a "ajuda" que nos tem conduzido, como cordeiros, ao altar dos sacrifícios.
Já se diz que o PSD é bem capaz de ganhar as legislativas de 2015. Desde que vi um mágico no Coliseu a tirar pássaros do rabo, já nada me espanta. Com umas intrigas aqui, umas mentiras acolá, uns cêntimos distribuídos parcimoniosamente mas com sabedoria antes das eleições, o povo, atento, venerador e sempre agradecido, deporá a cruz no lugar devido e perpetuará a manigância, a extorsão, a boa governança dos vassalos da ganância, do verdadeiro poder, absoluto e global.
Que Ele, ou o diabo por Ele, se amerceie de nós.
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