o mao da fita
Miguel Portas é que tinha razão: o homem é um farsolas. Mente como ninguém, rouba como ninguém e bajula como ninguém, já cá se sabia. Agora confirmamos-lhe a pinta de comediante. De neoliberal, que o foi por pensamentos, palavras e obras, quer passar a ser social-democrata. O homem que se apoderou com gozo do memorando da troika, que quis ir mais longe do que Lagarde, Barroso e Merkel juntos, que nos chamou piegas por reclamarmos do gamanço constante e das condições de vida a andar para trás, vem agora, de mão a bater forte no peito, num acto de contrição mal amanhado, jurar sem corar que é, que sempre foi social-democrata, que foi obrigado a gamar salários e pensões, forçado - sob a ameaça de tiro e queda - a favorecer os ricos e enterrar os pobres. Por este andar, qualquer dia declara-se maoísta. Ou trotskista. Ou monge trapista. Ou malabarista. Não tem sensibilidade. Bom senso também não. Mas ninguém lhe desmente o jeito de farsante. E de meliante. Se por acaso o vir na sua rua, esconda a carteira, tranque o carro, feche-se em casa. E, sobretudo, não lhe siga os passos na grande marcha para o abismo.
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