que mais posso dizer para que se convença a vir para a rua?
Não fique em casa. Tenha o orgulho e honra de, daqui a uns anos, poder dizer aos seus netos: eu estive lá! Faça história. Sem sombra de exagero, este é um momento decisivo na vida da humanidade, um ponto de viragem, possivelmente muito ténue, nada mudará de um momento para o outro, quem detém o dinheiro e o poder não os largará sem luta, muita luta, mas será um passo gigantesco mesmo assim. Nunca aconteceu nada como o que vai suceder amanhã, provavelmente nunca mais vai acontecer nos anos, nas décadas que se vão seguir. Não fique em casa. Não tenha medo. Vamos ser pacíficos, queremos mudar o mundo, não destruí-lo. Queremos um mundo melhor. Já é tempo. Por si, pelos seus, não finja que não se passa nada. Venha. Com um sorriso. Com muita indignação mas sem ódio, ele é mau conselheiro. Qualquer acto de violência só servirá para lhes dar razão, aos que, desalmadamente, desavergonhadamente, desumanamente, vilmente, cobardemente, lhe anunciam, todas as semanas, mais roubos à sua carteira, mais atentados à sua saúde, mais ataques à sua paz de espírito e ao seu bem estar. Não por quererem salvar o país, não acredite nisso. Mas para que os muito ricos fiquem incomensuravelmente mais ricos. Parece uma frase batida mas, olhe à sua volta, analise os factos sem peias nem preconceitos, leia os jornais (mesmo com a informação que temos, domesticada, domada, há coisas que eles não conseguem ocultar). Venha para a rua. Isto não é uma luta da esquerda contra a direita, de pobres contra ricos, nada disso. É uma luta de seres humanos contra monstros, os que nos querem, além de empobrecer, desumanizar. Tornar-nos escravos, abencerragens, máquinas de engordar os seus lucros, marionetas, fantoches nas suas mãos, farrapos, seres inferiores. Que mais posso dizer para que se convença que não pode, não deve ficar em casa? Eu vou. Se não for, eu depois conto-lhe como foi.
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