toda a cupidez será castigada


Era uma vez um canhestro rei medieval, adulado pelos seus próximos, odiado pelos seus súbditos. Um rei que, pouco calhado para as lides da reinação - a não ser quando reina connosco -, deposita toda a confiança e confere todos os poderes ao seu xerife, um ser soturno de lentas falas, que se atiça sem dó nem piedade contra os mais pobres e os seus depauperados recursos para os entregar, de mão beijada, aos mais ricos. Para que o seu amo e senhor possa manter castelos e riquezas. Para que a corte continue a exibir o seu fausto e a arrecadar regalias, indiferente à miséria que a rodeia. 

Em qualquer história de capa e espada, esta era a altura de surgir o nosso herói, um bravo salteador que reporia a justiça, deporia o rei e aliviaria o povo do malvado cobrador de impostos. Fico à espera. Há quem diga, e eu acredito, que a realidade, mais tarde ou mais cedo, supera a ficção. 

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