votados ao desprezo, votamos


É público: em 10 anos, o IRS extorquido aos portugueses aumentou 54%. E, para o ano, há mais e pior. Pagamos a má governança, a cagança dos políticos que nos couberam em sorte. Trabalhamos - quem consegue a esmola de um emprego - para, durante uma boa parte do ano, sustentarmos o Estado e a corrupção, os banqueiros e as empresas públicas, as parcerias com o Estado, as frotas automóveis e os assessores, os doutores e especialistas, as secretárias e motoristas, os advogados e os pareceres jurídicos, as rotundas e estradas para nenhures, os delírios e as negociatas, as passeatas, as pensões indevidas e as vidas de nababos encostados à árvore das patacas, à sombra da bananeira. Não temos governantes. Temos chicos-espertos, temos artistas do proxenetismo, temos vendedores de banha-da-cobra, temos vendilhões do templo, temos maus pagadores de promessas nunca cumpridas. Mas é desses que é o reino dos céus, são esses que ganham eleições, que constituem governos, que esvaziam os cofres do Estado e os nossos bolsos onde só resta cotão e desespero. A culpa é nossa. Não nos queixemos e, de boa vontade, alegremente, paguemos. Votando neles. Hoje nuns. Amanhã noutros. Façamos crescer o monturo, para que as moscas floresçam. 

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