a ética em código
O governo, o da saída airosa, quer um Código de Ética para o SNS. Até aqui, tudo bem. Sou pela ética, boas práticas, brio profissional, honestidade e tal. Mas, esmiuçando o papelucho, chega-se ao fundo da questão, à verdadeira razão para que, como se mais nada houvesse para fazer, o governo, o da saída higiénica, se viesse agora preocupar com a ética dos outros (porque, quanto à deles, estamos conversados): todos os funcionários que façam declarações públicas que prejudiquem a imagem dos seus serviços serão punidos. Por outras palavras: um enfermeiro, um médico, um dirigente hospitalar não podem denunciar, nunca mais, quaisquer medidas austeritárias - e autoritárias - que prejudiquem os doentes. Ou que os mandem desta para pior. O governo, o da saída de irrepreensível asseio, e Paulo Macedo, sempre tão gabado por comentadores e afins, vão acabando com o SNS mas implementam, em troca, as primeiras bases de um regresso à censura. Paulatinamente, vamos voltando ao antigamente. Mas, que diabo!, com ética.
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