dias de desespero

Fez manchete no JN. Ontem, dia 25 de Abril. Morrem mais portugueses por suicídio do que nas estradas. 

Foi aqui que chegámos. 

Demos ao longo dos anos, nós portugueses, o poder de mão beijada a incompetentes e salafrários, a videirinhos a fazer pela vidinha, a polutos, a abencerragens que nunca por nunca ser deviam estar à frente de uma empresa, quanto mais de um país.

Foi aqui que chegámos. 

À fome mitigada por esmola, ao desemprego tido por preguiça de um povo degenerado, à doença mal tratada, aos filhos que partem levando-nos netos e afectos e pedaços de nós, aos velhos que morrem ao abandono, na mais sórdida indigência.

O mundo não pára. Atrás de tempos, tempos virão. Mas nada compensará as atrocidades sofridas, as mortes por vontade própria, o desespero, a dor das gentes nestes tempos de negrume e traição. Para muitos, a justiça virá tarde. A vingança não lhes servirá de consolo.

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