o grande mestre de donald trump





Chamava-se Roy Cohn e tornou-se colaborador principal de Joseph McCarthy durante a criminosa caça às bruxas. Foi um dos advogados que conduziu o processo de condenação à morte de Julius e Ethel Rosenberg. Dizem dele que terá sido advogado de mafiosos e corruptos de alto coturno, de milionários e patifórios a nadar em crimes e em dinheiro. No início da sua ascensão rumo à fortuna, Trump recorreu a Cohn para os defender, a ele e ao pai, de um caso em que eram acusados de descriminação racial no aluguer nos seus múltiplos empreendimentos. Roy Cohn ensinou a Trump a sua primeira grande lição: quando atacado, há que contra-atacar com redobrada violência, nunca ceder, nunca negociar acordos com a Justiça, nunca dar o braço a torcer. E é assim que Trump tem sido desde então. Violento, destemperado contra quem o combate. Faz isso com as mulheres que o acusam de assédio sexual. Faz isso com os países que não acatam de imediato as suas ordens ou ripostam contra as suas humilhações. Que um homem com tal passado tenha chegado a presidente diz bem da fragilidade das instituições americanas e da hipocrisia de largo número dos seus cidadãos. Lembrar-me eu do escândalo Clinton/Monica Levinsky, um caso que na Europa não passaria de um fait divers a alimentar as parangonas dos jornais tabloid. Por lá, um comprovado racista, intelectualmente deficiente, perigosamente vaidoso, um malfeitor como tantos do crème de la crème americano, governa o país e ameaça o mundo. Foi votado pela maioria, tem o direito de governar. Dizem os mesmos que defenderão, com toda a certeza, que Allende, igualmente eleito por vontade do povo, foi com toda a legitimidade afastado do poder e assassinado.

Que os deuses de todo o mundo nos acudam. Bem precisados estamos.








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