aqui d'el-rei que o homem passou-se
Há muito que muito boa gente anda a dizer o que salta à vista: que a dívida não se pode pagar, pelo menos neste prazo e a estes juros de agiota que engordam a Alemanha, engordam o FMI, engordam todos menos os portugueses que, esses, emagrecem na carteira e, literalmente, no físico. Um deputado do PS, dizendo o que devia dizer todo o PS se fosse realmente de esquerda, ousou afirmar isto mesmo. Disse-o de forma tosca, possivelmente por estar num jantar restrito de militantes, longe de pensar que as suas palavras iriam ser bufadas para a comunicação social. Mas foram, que isto hoje em dia não se pode confiar em ninguém, e eis que se dá o grande escândalo! O PSD e o CDS em polvorosa, directos durante a tarde a partir de São Bento, um escarcéu que mais parecia a peixaria da D. Cachucha à hora de ponta, a Teresa Caeiro, que hoje presidia ao Parlamento, a fazer jus à sua índole de peixeira fina, honras de abertura dos telejornais, um membro do governo, num mui institucional palanque, a botar faladura sobre o tema, exigências de que Seguro explique a posição do PS, economistas e comentadores de serviço, ao serviço do governo que a vidinha está cara e custa a todos, vituperando o deputado, que falta de patriotismo, que vergonha para esta nação de bons alunos e de políticos obedientes, atentos, veneradores e obrigados.
Pois eu acho que a criatura do PS teve muita razão. Pena é que o PS faça o contrário daquilo que diz. E que vá, quase que aposto, fazer um acto de contrição pela voz de Seguro, o menino Tonecas da política à portuguesa. Também ele atento. Também ele venerador. Também ele obrigado.
Comentários
o discurso é tosco porque é sincero e vem de dentro. De falinha mansas e bonitas tá o inferno (assembleia) cheio.
Boa malha ó Pedro Nuno Santos!!!