fornicadores de vidas, violadores da esperança
Stephanie Lecocq/EPA |
O Pedro deu uma ajuda para desenredar o imbróglio, desfazer o nó da corda com que enforcaram a Grécia. E observá-los nesta fotografia, a alguns deles, abrasa-me a indignação. Ei-los aos fornicadores de vidas, contentinhos da silva porque acabaram de dar cabo da última esperança europeia de libertação do jugo dos carrascos ao serviço de mercadores de carne humana. trituradores de empregos, reformas, salários, Estado social. Quem é que, de direita ou de esquerda, se for gente de bem o que não é fácil de encontrar neste mundo de Cristo, pode ter gostado do grotesco espectáculo deste último e trágico fim de semana? Mas é vê-los a eles, aos violadores da esperança, eufóricos porque acabaram de subjugar um governo e remeter um país à escravidão.
E que dizer do PS, que também não está nada desagradado não senhor? Se o Pasok se acabou, o Syriza está-se a acabar e, se o acordo é um bom acordo, deve-se à boa vontade, à bondade, aos denodados esforços dos socialistas europeus. O Hollande andou a trote. O Renzi num virote. O reeleito presidente do Eurogrupo de nome impronunciável, socialista de gema, mais o Shulz que também pertence à família dos badamecos, não andaram por aí a arrotar postas de pescada ordinária nem condenaram a Grécia, não senhor, não a achincalharam nem deram um último empurrão para conduzir o seu povo ao abismo. Nada disso.
Juntaram-se artolas e mariolas. Isto vai dar salsifré. E nós vamos entrar na dança não tarda. A não ser que abandonemos este bailarico eurótico e mandemos os fornicadores de vidas para um sítio que eu não digo mas que o leitor adivinha.
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