miguel portas: isto não é sério nem é decente
Não sendo um defensor acérrimo do BE, embora não lhe tenha, nem de perto nem de longe, a aversão que nutro pelos partidos da chulice, tenho que afirmar que este discurso de Miguel Portas foi um dos mais acutilantes e certeiros que me foi dado ver nos últimos tempos. Faço votos para que o BE tenha o bom senso de retirar Miguel Portas do limbo, o Parlamento Europeu, e o coloque, nas próximas eleições, na Assembleia da República. Precisamos lá de uma voz assim. Tanto melhor se Portas, o Miguel, claro, tiver a coragem de lutar por tantas mudanças que os portugueses anseiam: o fim das reformas injustificadas dos deputados antes dos 65 anos de idade, como qualquer outro trabalhador, e o fim de tantas outras prebendas, como o usufruto de dois carros topo de gama, dois, para o Presidente da Assembleia, entre outros gastos, supérfluos uns quantos, imorais muitos, evitáveis quase todos eles.
E, por favor, não me venham com a cantiga de que, se se baixarem as regalias, dificilmente conseguiremos preencher todos os cargos políticos uma vez que, alegadamente, os benefícios oferecidos na vida civil passariam a ser bem mais apetecíveis. Este argumento não serve, por duas razões: se um político concorre ao cargo de deputado por benesses e luxos e para escalar na vida, não pelo sentido do dever e paixão pela coisa pública, adeus minhas encomendas, mais vale continuar o seu mister de advogado, engenheiro, gestor, professor, já que a sua vocação é a de ganhar dinheiro, não a de servir o país; se não conseguimos candidatos suficientes para preencher uma câmara de 200 e tal vagas, reduza-se o seu número para metade e essa dificuldades serão minoradas para metade também. O que é preciso é qualidade, não quantidade. De verbos de encher e paus mandados estamos nós e o inferno cheios!
MANUEL CRUZ
E, por favor, não me venham com a cantiga de que, se se baixarem as regalias, dificilmente conseguiremos preencher todos os cargos políticos uma vez que, alegadamente, os benefícios oferecidos na vida civil passariam a ser bem mais apetecíveis. Este argumento não serve, por duas razões: se um político concorre ao cargo de deputado por benesses e luxos e para escalar na vida, não pelo sentido do dever e paixão pela coisa pública, adeus minhas encomendas, mais vale continuar o seu mister de advogado, engenheiro, gestor, professor, já que a sua vocação é a de ganhar dinheiro, não a de servir o país; se não conseguimos candidatos suficientes para preencher uma câmara de 200 e tal vagas, reduza-se o seu número para metade e essa dificuldades serão minoradas para metade também. O que é preciso é qualidade, não quantidade. De verbos de encher e paus mandados estamos nós e o inferno cheios!
MANUEL CRUZ
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