vivemos em ditadura


Como é que chegámos a isto? Como é possível que a Europa, a um ritmo avassalador, esteja a ser dominada, e sufocada, e escravizada, e roubada, e humilhada pelos ataques insidiosos - autênticos golpes de Estado que estão a minar, a olhos vistos, não um país mas todo o Continente -, desferidos com cada vez mais acutilância e desvergonha pelo FMI, as agências de rating, os mercados, essa negra e nebulosa entidade que ainda ninguém me soube explicar muito bem o que é mas da qual todos falam à boca cheia? Como é possível que não haja uma voz de peso na Europa e no mundo que se levante e revolte contra esta contra-revolução silenciosa? Não, não me refiro ao Barroso, esse, coitado, desde a célebre cimeira dos Açores com Bush, Aznar e Blair, tem mostrado a sua única vocação: a de mordomo dos "grandes", servil de cerviz amestrada, ginasticada por anos de más práticas, suspeito que desde a escola primária onde, ou me engano muito, ou o Zézito era o menino bajulador, o favorito da velha professora de carrapito, ganapo gorduchinho e bexigoso, de sorrisinho melífluo, língua pronta para a mentira e a intriga, invencível em prosápia e virtuoso em salamaleques. 

Mas adiante, deixemos o Barroso, borrosa criatura de que a História não guardará nem o nome nem a memória.

Cuidado: tudo isto me está a fazer lembrar cada vez mais a ascensão de Hitler, na sua demente corrida pela conquista da Europa e mais tarde do mundo, quando os políticos, lembram-se?, se foram cobardemente calando até ser tarde demais e a guerra ser inevitável. Desta feita, não estamos a ser atacados pela insanidade e ambição de um só homem, mas de um grupo de poderosos, mais poderosos do que Hitler alguma vez foi, que conspiram nos bastidores, minam a economia das nações, submetem instituições, e estão a ganhar a pior das guerras, a do capitalismo absoluto, subjugando e empobrecendo cada vez mais populações em prol da sua incomensurável fortuna. Senhores da banca, do petróleo, do armamento, da droga e sabe-se lá do que mais.

Isto, conjugado à governação de políticos pusilânimes, sem carisma, envoltos em jogos de poder, em aspirações egoístas de carreira e enriquecimento tantas vezes ilícito, em gastos perdulários em seu próprio proveito e dos seus comparsas, só pode dar mau resultado. Vai dar mau resultado. 

Espero estar enganado. 

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