o orgasmo de uns é a desgraça de outro

Como se pode ver pelos artigos que aqui vos deixo neste blogue, de gente insuspeita de desmesurados afectos por Sócrates, mais e mais vozes se levantam contra a forma como tem decorrido o processo que o mantém em prisão. Preventiva, não vá o homem escapulir-se para um paraíso fiscal onde, dizem as almas crentes na culpabilidade sumária da criatura, terá resguardada uma colossal fortuna ganha de forma obscura, ilegítima, punível com perpétua, que preventiva é mero aperitivo ainda.

Para mim, que estou como Daniel Oliveira, Francisco Louçã, Miguel Sousa Tavares, que tal como eles critiquei a governação de Sócrates em devido tempo, que não pude com Sócrates nem pintado, nem com molho de tomate, acho que é mais do que tempo dos seus companheiros de partido, incluindo António Costa pois então, virem a terreiro, contra tudo e contra todos, não para defender a inocência ou a culpabilidade de Sócrates, a cada um as suas suspeitas ou convicções, mas para condenar aquilo que, neste momento, já é mais do que flagrantemente escandaloso: as escapadelas ao segredo de Justiça, as vergonhosas parangonas dos tablóides, a forma que se tem engendrado para condenar Sócrates em plena praça por um público sedento de sangue e circo, a maneira como se mantém na prisão um antigo primeiro-ministro sem acusação nem factos palpáveis, a não ser aqueles que vêm nos pasquins e que a gente não sabe se são verdadeiros ou recriados para que os seus leitores possam atingir o orgasmo dia sim, dia sim. Não entendo porquê, se nem sequer palpáveis são. Mas enfim.








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