o triunfo dos porcos


Custe o que custar. É preciso pagar a dívida e livrar-mo-nos da troika, diz o primeiro-ministro do alto do seu elevado, enlevado patriotismo. Custe o que custar. E custa muito reestruturar o Estado. Custa muito acabar com negócios ruinosos, das PPP's às fundações (sobre as quais, diga-se de passagem, as últimas determinações governamentais não passam de obscena anedota). Custa muito pôr cobro a tantos, mas tantos vícios e benefícios que se foram criando a favor de clientelas partidárias. Mas não custa, aí sim é fácil, cortar cada vez mais os custos da saúde, da educação, das prestações sociais. Não custa aumentar impostos, até ao desvario. Não custa reduzir salários. Não custa despedir trabalhadores, hoje os precários da função pública, amanhã os poucos que ainda tiverem emprego. Não custa acabar com Portugal, levá-lo à bancarrota e conduzir os portugueses à miséria, a uma cada vez maior precariedade, ao medo de viver, ao medo de saber quais as próximas medidas de austeridade que, sabem de antemão, os vão afectar a eles e nunca à elite que abocanhou Portugal para se governar, No governo e fora dele. Eles ganharam. Nós vamos perder. A não ser que acabemos com a pocilga. Custe o que custar.

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