o que é preciso é sacar a massa
Por Carlos Tomás
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O senhor ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, tornou oficial esta semana aquilo que os portugueses há muito sentiam nas carteiras. Disse ele, que há “uma ordem política” que decreta oficialmente a “caça à multa” nas estradas. Mas o governante, que tutela as duas principais forças policiais do país, não se ficou por aqui e ainda teve o desplante de garantir que a medida é para continuar uma vez que, diz, “com a fiscalização, os acidentes diminuem e os comportamentos dos condutores mudam”. Enquanto isso, os escândalos de corrupção tornados públicos vão-se acumulando e nesta edição de “o Crime” ficam mais algumas amostras (BPN, Revitalizar, PSP). Tudo na mais perfeita impunidade até agora.
Todos os dias se ouve, vê e lê que mais um pedófilo foi posto na rua, que mais assaltantes foram libertados e, depois, vê-se um deputado da Assembleia Regional da Madeira ser condenado a 18 meses de prisão, apenas porque deu largas à sua liberdade de expressão, e um homem preso um ano, acusado de ser “estripador”, ilibado, porque não havia provas contra ele. São situações que definem bem o tipo de governantes que temos. Preocupados apenas em encher os cofres do Estado que eles próprios se encarregam de delapidar ano após ano.
E a prevenção, senhor ministro Miguel Macedo? Há dinheiro para investir na formação dos condutores e para os sensibilizar a respeitar as regras da estrada? Há dinheiro para reparar as miseráveis estradas que temos neste país e que estão na origem de centenas de acidentes? E, já agora, acaso o senhor ministro pensou em sensibilizar o Governo para emitir “uma ordem política” para abrir a caça à corrupção? O Estado ficaria, certamente, a ganhar muito mais e não precisaria de andar a perseguir condutores que, na sua maioria, são cumpridores. Além de que não teríamos todos de andar a pagar a crise que os sucessivos governos pós 25 de Abril criaram.
Fotografia: Paulo Cunha/Lusa (http://noticias.sapo.pt)
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