o papa fala outra vez

EPA/http://www.independent.co.uk
Desta vez, não me alongo. Deixo que o Papa fale por mim, por biliões de seres humanos em todo o Mundo, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz:

"Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos económico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas." 
(...) 
"Penso no drama dilacerante da droga com a qual se lucra desafiando leis morais e civis, na devastação dos recursos naturais e na poluição em curso, na tragédia da exploração do trabalho; penso nos tráficos ilícitos de dinheiro como também na especulação financeira que, muitas vezes, assume caracteres predadores e nocivos para inteiros sistemas económicos e sociais, lançando na pobreza milhões de homens e mulheres". 
(...) 
"Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião. Exemplo preocupante disso mesmo é o dramático fenómeno do tráfico de seres humanos, sobre cuja vida e desespero especulam pessoas sem escrúpulos". 
(...) 
"A paz, afirma João Paulo II, é um bem indivisível: ou é bem de todos ou não o é de ninguém. Na realidade, a paz só pode ser conquistada e usufruída como melhor qualidade de vida e como desenvolvimento mais humano e sustentável se estiver viva, em todos, 'a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum'. Isto implica não deixar-se guiar pela 'avidez do lucro' e pela 'sede do poder'. É preciso estar pronto a 'perder-se' em benefício do próximo em vez de o explorar e a 'servi-lo' em vez de o oprimir para proveito próprio". 
(...) 
"O 'outro' - pessoa, povo ou nação - [não deve ser visto] como um instrumento qualquer, de que se explora, a baixo preço, a capacidade de trabalhar e a resistência física, para o abandonar quando já não serve; mas sim como um nosso 'semelhante', um 'auxílio'". 
(...) 
"As novas ideologias, caracterizadas por generalizado individualismo, egocentrismo e consumismo materialista, debilitam os laços sociais, alimentando aquela mentalidade do "descartável' que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados 'inúteis'." 
(....) 
(O dever de solidariedade) "exige que as nações ricas ajudem as menos avançadas", e o dever de justiça social, "que requer a reformulação, em termos mais correctos, das relações defeituosas entre povos fortes e povos fracos". 
(...) 
"O dever de caridade universal, que implica a promoção de um mundo mais humano para todos, um mundo onde todos tenham qualquer coisa a dar e a receber, sem que o progresso de uns seja obstáculo ao desenvolvimento dos outros". 
(...) 
(São necessárias) "políticas eficazes que promovam o princípio da fraternidade, garantindo às pessoas - iguais na sua dignidade e nos seus direitos fundamentais - acesso aos 'capitais', aos serviços, aos recursos educativos, sanitários e tecnológicos, para que cada uma delas tenha oportunidade de exprimir e realizar o seu projecto de vida e possa desenvolver-se plenamente como pessoa". 
(...) 
"Reconhece-se haver necessidade também de políticas que sirvam para atenuar a excessiva desigualdade de rendimento". 
(...) 
"As sucessivas crises económicas devem levar a repensar adequadamente os modelos de desenvolvimento económico e a mudar os estilos de vida. A crise actual, com pesadas consequências na vida das pessoas, pode ser também uma ocasião propícia para recuperar as virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza. Elas podem ajudar-nos a superar os momentos difíceis e a redescobrir os laços fraternos que nos unem uns aos outros, com a confiança profunda de que o homem tem necessidade e é capaz de algo mais do que a maximização do próprio lucro individual."

Comentários

Anónimo disse…
http://www.argenpress.info/2013/03/francisco-i-viene-disputar-consenso.html

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