oh escândalo! oh heresia! oh apocalipse!

Alessandra Tarantino/AP/SIPA
Por mais de uma vez, tenho manifestado a minha admiração pelo Papa Francisco, ainda que a procissão não tenha saído do adro e seja preciso fazer como São Tomé, ver para crer, esperar para ver, e se até agora o que se tem visto é bom, é muito bom, ainda é pouco, não chega para suster a barbárie dos altos interesses financeiros e a irracional cobiça dos mercados, ou seja, dos mais ricos entre os ricos, ao lado dos quais Amorim ou Soares dos Santos fazem figura de pobretanas.

No entanto, os senhores e senhoras da situação, aqueles que veneram Cristo sem lhe apreender os ensinamentos, já vêm dizer que os malandros da esquerda, que até agora não ligaram patavina a nenhum Papa a não ser para dizer mal, se querem "apropriar"do Papa Francisco, que as suas palavras estão a ser oportunisticamente desvirtuadas para justificar o injustificável: acabar com a pobreza no mundo, oh escândalo!, oh heresia, oh apocalipse! E tentam, tentam-no com denodados esforços, interpretar os ditos e escritos do Papa por meio de rebuscadas explicações, daquelas de que não se entende a ponta de um corno a não ser que Francisco não disse o que disse mas o que eles querem que diga.

Respondo por mim: se me "apropriei" deste Papa e não de outros, é porque este não é como os outros, cujas palavras, por mais bem intencionadas que tivessem sido, nunca passaram dos adros das igrejas para o mundo real. Cujos actos, a maior parte das vezes, não corresponderam às palavras.

Simples, não é?

O que eles querem sei eu, é papar o Papa, fazer com ele o que fazem com tudo o que é bom na vida e que constitui o seu décimo primeiro mandamento: não partilharás! 

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