miséria moral


Coelho parlapateia tão habilmente que chega a parecer verdadeiro sempre que deveras mente. Seja lá onde estiver, que me desculpe o Pessoa por lhe glosar, canhestramente, o poema. Coelho mente. Caso Coelho quisesse fazer-se valer do seu cargo e exigir sanções pelo que aqui fica escarrapachado preto no branco, que Coelho mente com todos os dentes que tem na boca, o vídeo que junto, e muitos outros que abundam no You Tube, fariam prova, mais do que suficiente, de que Coelho mente tão absolutamente que chega a parecer indecente pensarmos que deveras mente. Mas mente. Toda a gente já percebeu que os homens do desgoverno, se os portugueses lhes concederem novo "direito de pernada" e continuarem a mandar na coutada, vão cortar, assim o Tribunal Constitucional os deixe, mais 600 milhões de euros nas pensões. A própria Luís Albuquerque, mais decente do que os outros ou, o mais provável, menos preparada para mentir tão completamente, já o disse com todas as letras. Mas Coelho, aquele que mente, desta vez desmente. Que não, que o governo nunca disse ou escreveu tal blasfémia, que o que pretende é fazer reformas na Segurança Social que vão ter um efeito positivo de 600 milhões de euros.

O governo foi hábil na invenção de novo palavreado, destinado a dourar as muitas pílulas envenenadas que nos deu a engolir ao longo destes quase quatro anos de puro martírio. Quem não se lembra da requalificação como sinónimo de despedimentos, por exemplo? Mas esta tirada, esta cambalhota verbal, este indesmentível achado de um mago da palavra, vem demonstrar que, se mais qualidades a criatura não tivesse, e não tem, tem queda para a endrómina.

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