lisboa em ruínas


O país está arruinado, dizem. Lisboa está em ruínas, sabe-se. Pode haver dinheiro para tudo, menos para o essencial, manter a cidade de cara lavada e cabeça erguida, para atrair turistas e dinheiro estrangeiro. Para além, mais importante ainda, de dar alguma qualidade de vida às pessoas que habitam nesses edifícios em risco de derrocada. Não precisamos de um sismo para Lisboa ficar em escombros, os políticos encarregam-se do serviço, são o tremor de terra que nos flagela há muito.

Esta notícia do Jornal de Negócios não me conforta, sei de ginjeira que também o inferno está cheio de boas intenções, só vendo vou crer.

Lisboa tem mais de 11 mil edifícios em ruínas ou devolutos
22 Março 2011
Bruno Simões - brunosimoes@negocios.pt

O município de Lisboa tem, actualmente, 11.756 edifícios a necessitar de intervenção urgente, por estarem em condições precárias de conservação. Destes, 7.085 estão em mau estado ou em ruínas e 4.681 estão devolutos.

No total, estes edifícios representam mais de 50 mil fogos, e cerca de 21% de todo o edificado. Até 2024, o objectivo é reabilitar todos os edifícios em ruínas e mau estado.

Os dados foram avançados pelo vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, numa conferência sobre regeneração e reabilitação urbana promovida pela EPUL. Salgado, que é também o vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro do urbanismo, diz que a verba total necessária para reabilitar, entre outros, os bairros, património e espaço público é de 1.500 milhões de euros. 

Já o investimento privado necessário para reabilitar o edificado é de 8.000 milhões de euros. “São cifras astronómicas”, reconheceu o arquitecto, ainda mais quando se percebe que na “época áurea da construção em Lisboa, entre 2000 e 2002, apenas foram investidos 250 milhões de euros”. Actualmente existem 55 mil edifícios em Lisboa, que equivalem a 290 mil fogos.

Nos últimos 20 anos, a Câmara de Lisboa investiu 450 milhões de euros em reabilitação, mas Manuel Salgado assumiu que esta verba foi aplicada de forma errada, especialmente as obras coercivas. “As obras coercivas e o Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados (RECRIA) são maus exemplos de aplicação de recursos municipais para reabilitação – eu, por exemplo, farto-me de passar intimações para fazer obras” que os particulares não cumprem, por variados motivos, mas principalmente por falta de condições.

Além disso, “em oito milhões de euros gastos em obras coercivas, a Câmara recupera quatro milhões e os outro quatro são a fundo perdido”, constata Manuel Salgado. Até 2024, a Câmara de Lisboa pretende reabilitar os sete mil edifícios em ruínas e mau estado, ao ritmo de 600 por ano. “É um objectivo ambicioso mas possível”, assegurou o vereador.

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