da violência como último recurso

Eslovénia, Dezembro de 2012
O facebook, bem como outras redes sociais, não servem apenas para ocupar o tempo a falar com amigos virtuais - que não conhecemos de lado nenhum -, ou a partilhar anedotas e fotografias de passarinhos, flores e outras poéticas imagens entremeadas de frases delicodoces. Graças ao facebook, e porque os media não nos trazem, nunca, a dimensão exacta do que se passa no mundo, sei da revolta dos povos, sei que o mundo está em alvoroço, sei de motins e acções de protesto em todos os continentes, o mais das vezes rechaçados com brutalidade pela polícia.

Não me interpretem mal: sou contra a violência gratuita. Sou contra o apedrejamento de polícias pelo menos enquanto estes se limitarem a cumprir a sua função, a de zelar pela segurança de quem se manifesta e pela propriedade pública, paga por todos.

Mas, por mais que as nossas almas piedosas nos aconselhem a brandura de costumes, nunca nada se conseguiu sem violência. E o apodrecimento acelerado do capitalismo, que arrasta para a miséria, e para a morte, milhões de pessoas em todo o Mundo, está a ser um dos acontecimentos mais trágicos da história da Humanidade. 

Por isso, lentamente, demasiado lentamente, os povos acordarão. E, quando se erguerem de vez, serão tudo menos pacíficos. A fome, a pobreza, o desespero, o desprezo de que são alvo são os pavios de uma bomba prestes a explodir.

Em Portugal, promove-se o desemprego e a caridade, incentivam-se falências, cria-se um mercado laboral que, embora altamente qualificado, é recompensado com salários de miséria, olha-se para a fome que grassa com total indiferença, destrói-se o Estado Social sem vacilar, antes com o orgulho de se estar a cumprir um elevado desígnio histórico. A revolta será inevitável. E a violência imparável. 

Não sou eu quem o diz. É a História que o demonstra.

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