a oeste nada de novo


Parece que a nossa imperatriz, Liebling Merkel, vai ganhar de novo as eleições. Coelho continua primeiro-ministro apesar dos assaltos, apesar das petas, apesar das lérias, da incompetência, da nauseabunda governação em nome e só em nome de quem tem dinheiro e poder. Cavaco é ainda presidente, apesar das vacilações, das negações, das hesitações, das contradições, dos baldões. Portas foi promovido e pavoneia-se agora pelo Paço Forrobodó, entre danças e contradanças, valsas e minuetes, conspiratas e mentirolas. Os deputados estão lá todos, de rabo tremido nos assentos parlamentares, à espera de poder, como os cães de loiça que dantes se exibiam nas traseiras dos automóveis, continuar a abanar as cabecinhas a qualquer lei, qualquer trafulhice que prejudique quem menos tem e menos pode. António José Seguro ainda é líder dos socialistas, e lidera, Jesus, como lidera, aos murmúrios, aos cochichos, aos soluços, aos bocejos, aos bochechos, desiludindo o Bochechas e enganando os papalvos. A Assunção, a Esteves e não a Cristas, ambas sacristas, não desce do seu pedestal, pronta a enxotar os desavindos, os do reviralho, os do contra, os esquerdistas, os terroristas que, da galeria do povo, assustam o polvo lá de baixo, tão indefeso, tão inocente, tão cândido. De Cândida, a Almeida, nada se sabe mas sabe-se que, da Justiça, saímos sempre injustiçados, isto se formos pobres, isto se formos parvos. O Tribunal Constitucional continua de pé mas há que desfazê-lo, enegrecer-lhe os actos, as decisões, perigosos agentes que são do comunismo internacional. 

Depois da silly season, tudo continua na mesma. Nada mudará até que a miséria galgue as margens e inunde e afogue e mate mais gente, se purgue o País dos inúteis, dos redundantes. Depois sim, Passos tombará, Cavaco cairá, Portas e as Assunções e os Montenegros e os Macedos e os Relvas e os Marcos e os Meneses e os Marcelos e os Poiares e todos os barões, baronetes e barítonos do neoliberalismo cessarão funções, cuspidos das cadeiras, cuspidos nas caras.

Mas, então, será tarde demais. O país será outro. O deles. Com a mão-de-obra barata que sempre quiseram, com as leis que os favorecem, com a riqueza que não se redistribui mas, antes, se açambarca para uns poucos, os abençoados por Deus, os eleitos, os ungidos. 

Sem mudanças na Constituição, sem balas nem revoluções. 

Só foi precisa a nossa ajuda. O nosso silêncio. A nossa cobardia.

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