conseguimos!
Vi, há pouco, um telejornal. Daqueles que nos enchem de medo, de angústia, mas que não resistimos a ver para ver até onde chega a ignomínia, a rapacidade, a barbárie neste antigo império agora colonizado por alemães, chineses, americanos, angolanos, bem-vindo seja quem vier por bem.
Para não variar, avançava-se do norte para o sul, do interior para o litoral, noticiando-se o encerramento de mais empresas, o despedimento de mais trabalhadores, a desgraça à beira-mar plantada.
Mas, de repente, com toda a pompa e circunstância, oiço a pivô dizer que nem tudo é mau, que uma empresa estrangeira tinha decidido instalar-se em Portugal e que ia empregar cerca de 1.500 pessoas.
Fiquei contente, palavra de honra que fiquei, mas foi sol de pouca dura ou não fosse este o Outono do nosso descontentamento. Afinal, a empresa que se quer instalar em Portugal, é um call center. Porque já não é preciso transferir este tipo de actividade para a Índia, ou para o Brasil, ou para qualquer outro país onde se paguem salários equivalentes a esmolas.
Agora, podemos ter jovens licenciados a fazer esse trabalho em Portugal. Por tuta-e-meia.
Meus filhos, querem um conselho de quem já viveu muito, viu muito e sofreu outro tanto com a abjecção humana? Fujam. Emigrem. Enquanto é tempo. Não aceitem esmolas, nem oportunidades destas, são presentes envenenados. Vocês merecem mais. E o país, definitivamente, não vos merece.
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