passos, palhaços e feras cada vez menos amansadas


E se se deixassem de palhaçadas? E se em vez de se armarem em maquilhadores de circo, borrando a pintura toda, enfrentassem antes o touro pelos cornos e se fossem às gorduras do Estado, realmente às gorduras do Estado e não às do povo, que a este já não lhes sobram nenhumas? Façam uma pega de caras, de cernelha, qualquer acto viril que eu, um feroz militante anti-touradas, vou assistir e, ainda por cima, aplaudir aos gritos de "Olé!" e "Bravo!".

É que, damas e cavalheiros, meninos e meninas, as vossas operações estéticas às fundações tornaram ainda mais visíveis as mazelas das anafadas criaturas. Façam a coisa como deve ser. Usem tesoura, usem bisturi, vão-se a elas à catanada, à machadada, mas vão caramba!, não façam de conta e, sobretudo, não se aproveitem para beliscaduras mesquinhas, como o fizeram contra a Casa de Mateus e Maria Teresa Horta.

É que a emenda que os senhores fizeram, como diz o povo e, se não sabem deviam saber, ele tem razão e anda a mostrá-lo nas ruas, foi pior do que o soneto. O que nós queremos, exigimos, é que se avaliem as fundações pela sua utilidade pública, pelo bem que fazem ao país e aos portugueses, quer no plano social, educativo, científico, cultural (sim, susto!, medo!, escrevi cultural, essa coisa nefanda que não adianta nem atrasa, ninguém come cultura, a cultura não dá dinheiro, a cultura espevita as mentes, a cultura alerta as massas). O que nós queremos, exigimos, é um estudo sério e isento (aí está outra palavra que vos deve dar fornicoques) e retirar o estatuto de fundação às que servem os interesses de quem lá manda e não do país, retirando-lhes as subvenções do Estado e, claro, os benefícios fiscais.

É isso que o povo quer. Exige. Que se acabe o circo. Antes que sejam atirados às feras. Já faltou mais.

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