lavagem de roupa suja

Portugal é, toda a gente o sabe ou finge que não sabe, a lavandaria onde a cúpula angolana vem enxaguar o carcanhol. Eles compram tudo, terrenos, quintas, bancos, petrolíferas, comunicação social, telecomunicações, mansões de luxo, vinhos e champanhes das melhores proveniências, roupas de marca, jóias e perfumes nas lojas mais caras de Lisboa, tudo pago com dinheiro mais fácil de ganhar do que o das putas, essas pelo menos têm que dormir com estafermos, aguentar-lhes as taras e sujeitarem-se a alguma mazela que as leve desta para melhor.

A cúpula angolana diz-se zangada com a cúpula portuguesa mas tudo não passa de um arrufo, o namorico está aí para lavar e durar. A cúpula angola está zangada, isso sim, com os tribunais portugueses que andam a espiolhar as negociatas de alguns lordes do regime. Além do mais, não pode abdicar dos negócios neste país, com saldos cada vez maiores e vista grossa à origem do dinheiro.

José Eduardo dos Santos diz que África tem que enveredar pela via capitalista para ser possível retirar os povos da miséria. É o capitalismo-socialista de que a China já deu bastas provas, com os seus campos de trabalho escravo (zonas económicas especiais, dizem eles), os seus salários vergonhosos, a sua governação com mão de ferro e à lei da bala se preciso for.

Claro que, com os benefícios do capitalismo puro e duro, a lavandaria vai ter, por cá, ainda mais trabalho. Arregacemos as mangas.

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