sete cães a um osso

Paulo Portas, o Barão das Laranjeiras, vai, com muitos meses de atraso, anunciar finalmente em que consistirá a tão badalada reforma do Estado. Eu disse do Estado, não do estadão. Como se sabe, os venerandos governantes da Nação não se privam, nem dos carros de truz, nem dos motoristas, nem dos assessores, nem de outros doutores recém-licenciados a necessitar de primeiro emprego e dos velhos amigalhaços a necessitar de engordar os proventos. Gastam milhões a mais, ao mesmo tempo que nos vão à carteira com desusada sanha, são sete cães a um osso cada vez mais carcomido. Aposto que a reforma do Estado do Barão das Laranjeiras vai gerar mais sacrifícios para todos nós, mais destruição dos serviços públicos, em particular do Estado Social. Os senhoritos, barões e tubarões, não se coíbem de roubar e vilipendiar, de exterminar tudo o que lhes pareça ter laivos de socialismo, mesmo que ténues. Está-lhes na massa do sangue. Faz-lhes parte do ADN. Nos seus palácios, seja São Bento, seja Laranjeiras, seja Necessidades, terreiros do Passos, congeminam assaltos que, não fora a Justiça, que ainda vai havendo, não fora a Constituição, que ainda vai resistindo, seriam assaltos à mão armada. Por esticão, puxão, sacão, à má fila, à canzana se preciso fosse.

Esperemos então pelo pior. Outra coisa, no estado em que estão Estado e estadão, não seria de esperar. Até serem desalojados dos seus aposentos de luxo, por indecente e má figura. Mas, isso, está a tardar. E, quem espera, desespera.

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