venda-se a democracia por 4 mil milhões


Por Luís Monteiro
http://expresso.sapo.pt

Baixar indiscriminadamente todas as reformas, despedir 50 mil na educação, aumentar as propinas, diminuir radicalmente o montante e a duração do subsídio de desemprego, baixar os salários de toda a função pública, aumentar ainda mais as taxas moderadoras, tudo isto e muito mais propõe o FMI para baixar a despesa pública em 4 mil milhões de euros.

O governo não se pronuncia, alegando cinicamente que esta é uma proposta do FMI e que ainda não reviu o relatório, mas Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e da Segurança Social, vai balbuciando que o relatório "tem pressupostos errados", mesmo depois do FMI ter afirmado que foi muito útil ter estado reunido o ano passado com membros do governo e que "aprendeu muito".

Se este governo alinhar com isto, entregamos as chaves de Portugal aos salteadores, perderemos, de uma vez por todas, a (pouca) soberania que ainda nos resta.

Há que rechaçar este novo fascismo (não consigo encontrar epíteto mais apropriado) a que esta vil gentalha nos quer fazer vergar. 

Se não nos sublevarmos e se nada fizermos, quando aí chegarem os saqueadores para se apropriarem dos despojos, encontrarão apenas ossadas.

P.S.: Tenho de reconhecer, esta jogada de última hora do governo de divulgar o relatório do FMI foi muito bem esgalhada:- por um lado, sacodem a água do capote e dzem "vêem, vêem como nós não temos culpa e a culpa é toda do FMI?";
- por outro, se implementarem as medidas propostas no relatório podem sempre dizer que a malta já sabia toda do que se tratava e que não foi feito nada às escondidas de ninguém;
- finalmente, calaram a boca ao PS que tinha requerido na Assembleia da República que o Governo disponibilizasse o estudo.

Não há dúvida, estes governantezinhos são mesmo maquiavélicozinhos.
E ainda há quem diga que são incompetentes...

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