a coelheira
Portugal está uma pocilga. Uma coelheira, melhor dito assim. Por mais que se tente limpar, os excrementos de alguns emporcalham todos. Nem vale a pena repetir, de tão sabidos que são, os atentados, a imoralidade, as injustiças, os crimes perpetrados contra todo um povo, infelizmente passivo, infelizmente pacífico, infelizmente afável. Só assim tem sido possível conspurcarem-nos, chularem-nos, martirizarem-nos sem que se ouça mais do que um queixume, um insulto inútil, um grito de revolta levado pelo vento na direcção do menosprezo. Não há crise, não há falta de dinheiro, não há plano que justifique tamanho empobrecimento, tanto vilipêndio, tanto enxovalho, tanto roubo, tanto exílio de gente capaz. Isto, meus senhores, quer queiram quer não, é fascismo mal encapotado, é a ditadura dos bem instalados, dos vencedores da vida. Há que destruir a coelheira. E deitar sal para que nada mais cresça em seu lugar. O nazismo, o fascismo, o franquismo, o salazarismo devem ficar, apenas, como páginas tristes de uma História feita de memórias trágicas. Eles, os fascistas e os sucedâneos, não podem voltar. Por mais que se troquem as fardas por fatos, os galões por gravatas, as armas por calculadoras. Não podem.
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