não acertam uma
Por Fernando Dacosta
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Se Portugal é hoje dirigido como uma empresa, consoante se afirma, então nós, os seus accionistas (os impostos que nos subtraem põem-nos nesse patamar) devemos intervir a fim de suster a ruinosa gestão de que o país está a ser vítima – vitimando-nos.
Os contratados para o corrente das contas alçaram-se para lá da sua chinela e, sem pudor nem preparação, provocaram uma situação de catástrofe. Desconhecedores por completo da estrutura interna da empresa (da história, identidade, recursos, subterfúgios), não acertaram uma nas previsões, estimativas, balancetes apresentados. O falhanço foi total, apesar dos contínuos alertas dos (realmente) entendidos mas não ouvidos – a ignorância revela-se, mais uma vez, ultra-arrogante.
Como o presidente da assembleia-geral não quer sujar as mãos na vianda laranja/azul, cabe aos accionistas intervir antes da falência generalizada e do caos social do país. Em firmas normais, empregadotes com semelhantes desmandos há muito que estavam no olho da rua, mais as suas reincidentes tabernices e aldrabices.
Nas décadas em que andei pelos jornais vi imensos estagiários serem despachados por muitíssimo menos – será que aos jornalistas se exige afinal mais competência e ética do que aos ministros?
Aguarda-se que o FMI, o BCE e a CE responsabilizem os elementos da (sua) magnífica troika por até agora não terem salvo, pelo contrário, nenhum dos desgraçados países onde meteram o bedelho e a pesporrência.
“O actual problema português”, prevenia Agostinho da Silva, “é que está a ser governado por contabilistas como um balcão de secos & molhados”.
Fotografia: http://noticias.pt.msn.com
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