sem escrúpulos nem vergonha

De inauguração em inauguração, até à vitória final, Mamede anda em campanha eleitoral com o tempo de antena que vai angariando, gratuita e abundantemente, na sua qualidade de primeiro-ministro. Isto é grave, mas pior é o que diz. Ontem deu a entender, por exemplo, que estamos a viver os últimos "resquícios de austeridade". Mas disse mais. Disse que o seu governo reforçou - leu bem: reforçou - o Estado Social. Por seu lado, Paula Teixeira da Cruz, que julgava de outra estirpe apesar de nunca ter gostado da pose da criatura, veio afirmar que a sua "reforma" da Justiça é já uma referência internacional. Onde não há escrúpulos não há vergonha. Por este andar, ainda nos vêm dizer que nunca baixaram salários, antes os aumentaram, que nunca subiram impostos, antes os desceram, que nunca houve austeridade em Portugal, antes medidas de ajustamento com que todos ficámos a ganhar. Não. Não há escrúpulos. Não há vergonha. E é triste termos gente deste calibre a decidir o destino de todos nós. É triste e é trágico, tão triste e tão trágico como ver as senhoras de Viseu, por onde Mamede andou a agitar renovadas promessas de um Estado Novo, a aconchegar-se a sua excelência, ronronando-lhe elogios de olhar melado e corações num fanico. Quem não tem escrúpulos nem vergonha está a caminho da vitória. A final. O fim de todos nós.


Comentários

Anónimo disse…
Muito triste...O povo gosta do chicote.

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